COMO VIVER PELA FÉ

Helen Keller nasceu cega e surda. Assistida por uma professora paciente e perseverante, Hellen lutou desesperadamente para aprender a falar.

São dela essas repousantes palavras: “Uma simples fé infantil no divino Amigo, soluciona todos os problemas que possam surgir na nossa vida.” Ela aprendeu a viver pela fé no mundo do silêncio total e da completa escuridão. O seu exemplo de fé comoveu e animou a milhares.

Não importa o grau de dificuldade que as pessoas tenham que enfrentar, ninguém irá longe se não viver pela fé.
“De facto, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que abençoa a todos os que O buscam.” Hebreus 11:6

Para que possa entender melhor veja a definição de fé: “É a certeza das coisas que se esperam, a convicção dos fatos que se não vêem.” Hebreus 11:1

Nós nem precisamos de explicações filosóficas ou teológicas de como funciona a fé. Basta analisarmos o que a fé conseguiu fazer por várias pessoas.

O patriarca Abraão foi chamado por Deus para sair da sua cidade, do ambiente dos seus parentes, para uma terra distante.

Saiu pela fé, inclusive sem fazer perguntas e sem reclamar. A confiança que tinha em Deus era muito maior que as possíveis dúvidas que assaltam a todos os seres humanos.

Até mesmo quando as declarações de Deus contrariavam toda a lógica humana, Ele não entra em expeculação ou dúvida e mergulhava de cabeça naquilo que Deus dizia.

Foi por essa razão que ele foi chamado pai da fé. O apóstolo Paulo na carta escrita aos Gálatas descreve de uma forma muito simples esse processo: “E creu Abraão em Deus e isso foi considerado como justiça em seu benefício.” Gálatas 3:6

Como surge a fé? Qual o canal por onde somos agraciados com a fé? A fé pode ser desenvolvida? Se pode, de que maneira? A resposta é muito clara e está escrita em Romanos 10:17. “A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus.”

Santo Agostinho uma vez escreveu: Fé é mediante a Palavra de Deus crer no que não vemos, e a recompensa de ver, sentir e usufruir aquilo em que cremos.

Quando o antigo povo de Deus em fuga do Egipto se deparou com o Mar Vermelho, o Senhor disse: Marchem. Entretanto o mar estava à frente deles. Mas quando começaram a marchar, as águas abriram-se e passaram em terra seca. Os egípcios que não agiam pela fé, seguiram-nos e foram submergidos pela fúria do mar.

Sem fé é impossível ir longe. Sem fé e impossível vencer. “Porque tudo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.” I João 5:4

Um outro exemplo extraordinário de fé ocorreu quando Deus ordenou a Noé que construísse uma arca para escapar do dilúvio. Acontece que naquele tempo não existia chuva. E no meio do deserto ele começa a construir um gigantesco navio para a escárnio implacável daqueles que não tinham fé.

E outra vez, como sempre acontece, o resultado da fé é a salvação. Parecia um acto sem sentido, um absurdo, mas acreditar em Deus sempre foi a melhor coisa para o ser humano.

Sem o que o que está acima de nós, entre em nós, seremos sempre afectados pelo que está ao nosso redor. Por outras palavras, quando a fé é acolhida no coração humano, nada no mundo nos poderá separar do grande amor de Deus.

Às vezes parece que não temos saída para os dilemas e problemas que nos afligem, Às vezes não podemos discernir o caminho além do passo que vamos dar, mas ao nos movimentarmos na direcção de Deus, Ele nunca nos abandonará.

O apóstolo Paulo passou por muitos perigos, naufrágios, ameaças de todos os tipos, mas sempre foi um homem de fé, e sempre Deus lhe deu forças para superar os desconfortos, as ameaças e os sofrimentos.

Foi a fé que lhe permitiu cantar na prisão. Enquanto louvava a Deus perto da meia noite, aconteceu um terramoto na penitenciária e o carcereiro chefe acabou por se converter pela certeza da presença divina.

Depois de velho, o grande apóstolo foi preso outra vez e esteve preso cerca de dois anos. Lá na prisão, ele disse as seguintes palavras citadas na sua segunda carta a Timóteo 1:12: “E por isso estou sofrendo estas coisas, todavia não me envergonho; porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele e poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.”

Pode ser que nós nunca tenhamos uma prova difícil como a do grande apóstolo Paulo, mas cada dia talvez tenhamos que enfrentar testes menores.

Vivendo pela fé os pequenos detalhes do dia a dia, estaremos a ser habilitados para maiores conquistas e maiores vitórias.

Lembre-se que a fé torna as coisas possíveis, e não fáceis. Jesus disse: “Se tu podes crer, todas as coisas são possíveis àquele que crê.” Marcos 9:23.

Querido amigo, se hoje sente que está longe de Deus, se não está habituado a confiar em Deus os seus problemas, experimente colocar os a sua vida nas mãos de Deus…

Se pensa que não pode aproximar-se de Deus, saiba que neste momento Ele está aí bem perto de si.

Começar a viver pela fé é tão simples como o abraço de uma criança ao seu próprio pai.

Peça ao Senhor que o ajude a viver pela fé, e sinta-se abraçado pela misericórida e louve o bendito nome de Deus.

GRAÇA NO JARDIM

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.” Gén. 2:7
É o sexto dia da primeira semana do muno, e Deus quase acabou o Seu trabalho. Restam-Lhe uma ou duas coisas para fazer, e deixou o melhor para o fim. Agora, o ambiente está preparado para o acto coroador da Criação. Os santos anjos observaram, maravilhados, desde o primeiro dia, quando o grande Deus do Céu Se manifestou no meio do nada e disse ao nada: “Haja luz, e houve luz” Gén. 1:3. o salmista diz: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da Sua boca.” “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” Sal. 33:6,9.
Mas agora o Senhor Deus usa um método diferente. Desta vez, Deus não falou. Em vez disso, curva-SE e apanha uma mão cheia de terra e, com ela, começa a moldar o homem. Ele desenha e organiza; esculpe e esboça; dá forma e consistência. Os Seus braços envolvem um enorme busto. Os Seus dedos estendem um minúsculo vaso capilar. E o Seu génio criativo forma um organismo glorioso, com sistemas interligados – endócrino, muscular, esquelético, linfático, pulmonar, respiratório, digestivo, neurológico, cardiovascular. “De modo terrível e tão maravilhoso fui formado.” Salmo 139:14.
Na coroa de tudo isso, Deus cria um órgão para raciocinar, coberto por uma camada ondulante de matéria cinzenta. Aí será a sede da inteligência, o centro dos poderes do raciocínio e da compreensão, da criatividade e da linguagem.
Em seguida, com a construção completa e com tudo no seu lugar, o Grande Criador, Ele mesmo não criado, faz uma pausa e inala profundamente. Agora curva-SE ainda mais, colando o Seu rosto à terra, e sopra nas narinas daquela estrutura feita de pó. E o peito expande-se, quando os pulmões de dilatam, os nervos geram sinais, o coração palpita, o sangue circula, as células activam-se, o pó torna-se carne, o cérebro torna-se mente, e o homem torna-se um ser vivo.
E a questão cosmológica é respondida, antes mesmo de começarmos a nossa investigação. Não é através do raciocínio que a verdade da Criação é conhecida. Não é uma conclusão científica. A Ciência não pode substituir Deus, porque a Ciência não se criou a si mesma. É uma falsidade e uma confusão de ordem fazer do derivado original e do Original derivado. A Ciência é o nosso guia no meio das coisas tal como elas são, mas não tem explicação para as coisas serem como são. Ninguém tem o direito de ser dogmático acerca de coisas que só podem ser conhecidas por revelação divina.
E é pela revelação, não pela razão, que ficamos a saber o que a Bíblia nunca tenta provar: que o mundo foi criado em seis dias literais de tarde e manhã, nos quais Deus não dependeu de matéria pré-existente. É uma verdade que não se presta a uma investigação intelectual. Não é uma descoberta; é uma crença. Não é uma dedução; é uma confissão. “Pela fé”, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus foram criados; de maneira que, aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Heb. 11:3.
Este mundo é do nosso Pai e na Criação, como na Redenção, o Seu trabalho estava completo. Assim como Deus não deixou que a Redenção fosse terminada por processos religiosos, também não deixou que a Criação fosse terminada por processos naturais. Quando a expiação foi completada na cruz, Jesus exclamou: “Está consumado!” João 19:30. e quando a Criação foi concluída no sexto dia, “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” Gén. 1:31. Da terra ao céu, dos animais aos seres humanos, do mar ao mar de vidro, Deus fez tudo. Este mundo é do nosso Pai!
Este é, portanto, o glorioso começo da família humana, saída da mão de Deus – cheia de promessas e cheia de possibilidades. A graça salvadora estava em reserva, pois ainda não tinha sido necessária. O perdão ainda não tinha aparecido, porque não havia nada para perdoar. Mas a fé tinha se ser provada.
Curiosidade Fatal.
“Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, a agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu, também, ao seu marido, e ele comeu com ela” Gén. 3:6.
A queda de Eva começou quando decidiu fazer a sua própria investigação. Este foi o primeiro afastamento da confiança total na palavra de Deus. Deus nunca tinha dito que o fruto da árvore não era bom para comer. Apenas tinha dito que eles não deveriam comê-lo. E até o disse com um aviso das consequências: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” Gén. 2:17. Mas o que Deu s não disse foi a razão para a Sua ordem. Ele disse “o quê”, mas não disse o “porquê”. Era um teste para a fé.
A informação omitida tornou-se a charneira sobre a qual deveriam urgir a obediência ou a desobediência. Perante o desafio da serpente e a inexplicada ordem de Deus, Eva tem que decidir em quem acredita. Ela pode tomar Deus à letra e obedecer, ou pode duvidar da veracidade divina e desobedecer. Mas ela tem que fazer uma coisa ou outra.

Vem Senhor, estamos com saudades

"Atenta desde os céus e olha desde a tua santa e gloriosa habitação. Onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas? A ternura das tuas entranhas e das tuas misericórdias detém-se para comigo! Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão nos não conhece, e Israel não nos reconhece. Tu, ó SENHOR, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome´ (Isaías 63:15-16).

Isaías recebeu uma visão do futuro do seu povo. Viu os babilónios a chegar, devastando a terra, levando o povo para o cativeiro, e deixando a sua terra natal totalmente desolada e deserta. Viu o povo definhando no cativeiro, e ansiando pela sua pátria enquanto os anos sombrios se passavam uns após os outros. Finalmente, viu também o povo restaurado a voltar para a sua terra, e entendeu que esta restauração era símbolo do Messias que viria estabelecer o reino eterno.

Na passagem acima, o profeta orava depois de visualizar o seu povo no ponto mais baixo possível. O Espírito o moveu a fazer a oração que estaria nos corações e lábios do povo naquele horrível momento que estava por vir. A essência desta oração se expressa nestas palavras comoventes: `Oh! Se... descesses (Is 64.1). Todo o resto, ou conduz para esta petição, ou flui a partir dela.

No restante da oração, o profeta está a apresentar argumentos para persuadir Deus a voltar ao seu povo em bênção e poder. São argumentos que poderíamos usar para persuadir um membro da família que está ofendido, ou distante, a voltar e restaurar um relacionamento quebrado.

Ao seguir os argumentos de Isaías, veremos certamente, até com uma certa perfeição, como se enquadram exactamente na nossa situação hoje. Como Israel, estamos longe de Deus e não estamos experimentamos as suas bênçãos. Estamos desesperadamente necessitados da sua presença que renova e aviva. Comecemos desde já a clamar com Isaías: `Oh, desce Senhor!´

Armemo-nos com os mesmos argumentos que ele usou, e levantemos as nossas vozes aos céus com tal quantidade, e com tamanha frequência e intensidade, que Deus será movido a nos visitar em grande poder. Unamos as nossas vozes para compor este coral crescente que constantemente chegará até às portas do Trono de Deus. Decidamos agora mesmo a não nos dar descanso e a não dar descanso a Deus até que o povo do Senhor seja por `objecto de louvor na terra´ Is 62.6,7).

O primeiro argumento que Isaías utilizou para persuadir Deus a descer está nas primeiras palavras da sua oração. Ele parece dizer: `Desce, Senhor, estamos com saudades!´ Você já sentiu saudades de alguém? Então sabe como é sentir a sua mente atraída às características e acções especiais daquela pessoa. Talvez comece a pensar de repente do seu sorriso, ou do calor de um toque singelo. Talvez até se sinta culpado por não ter realmente dado valor, ou atenção, à presença daquela pessoa especial.

Se for assim, deve poder sentir a profunda dor nas palavras de Isaías, ao descrever as coisas de que o povo sentirá falta, por conta da ausência de Deus. Em primeiro lugar, ele fala de...

1. Sentir Falta do Sorriso de Deus
`Atenta desde os céus,´ ele diz. Como é apropriado começar aqui. Ele reconhece que o povo não receberá nada, enquanto primeiro não conseguir que Deus olhe e atente para a sua miserável condição.

Ele compreendeu que Deus, com efeito, escondeu o rosto do seu povo. Deixou-os para `resolver a situação ao seu próprio modo´ sozinhos, pois imaginavam que podiam prosseguir sem Deus, e por isso se precipitaram para o pecado como os animais que correm para a água para se saciar. A nossa imagem popular de Deus é Ele sentado no céu, sorrindo bondosamente para nós, indiferente das nossas escolhas ou acções. Parece que nos esquecemos daquilo que Isaías revela sobre Deus: que a sua habitação é `santa e gloriosa´ (Is 63.15).

Tornamo-nos abertos e liberais (permissivos) em relação ao pecado, e para tudo o que desagrada a Deus, fechamos os nossos olhos ou encontramos um argumento justificativo; no entanto Deus continua a detestar o pecado, Ele não é permissivo. Podemos negociar com o pecado, e até chegar a fazer acordos de paz com ele, mas Deus jamais o fará. Quando começamos a sorrir com benevolência para o pecado, Deus deixa de sorrir para nós, e vira o Seu rosto para longe de nós.

Isto o surpreende? Não deveria. Há muito tempo, Deus definiu a sua atitude sobre o pecado na vida do seu povo. Não deixou dúvida alguma sobre este assunto, no início da história do povo de Israel. Foi assim que prometeu tratar com os seus pecados: Esse dia, a minha ira se acenderá contra ele; desampará-lo-ei e dele esconderei o rosto, para que seja devorado; e tantos males e angústias o alcançarão, que dirá naquele dia: Não nos alcançaram estes males por não estar o nosso Deus no meio de nós? Esconderei, pois, certamente, o rosto naquele dia, por todo o mal que tiverem feito, por se haverem tornado a outros deuses´ Deuteronómio 31:17-18).

Nada satisfaz ou emociona mais do que sentir o agrado de Deus na nossa vida; do mesmo modo, nada é mais pavoroso do que viver sem o seu sorriso, sem o SEU “bem está servo bom e fiel”. Não é por esta razão que a igreja está no estado actual? Apesar de contar com toda espécie de promoção engenhosa, programas atraentes, e pregadores eloquentes, não está a experimentar a plenitude das bênçãos de Deus; Ele se entristeceu por causa dos seus pecados e escondeu o rosto dela.

Oremos com fervor, para que o Deus da misericórdia, o Deus da graça, volte a manifestar o esplendor da sua face! Mas, além de sentir falta do sorriso de Deus, Isaías também fala de...

2. Falta da Mão Sustentadora de Deus
Deus tem demonstrado o Seu poder vez após vez em favor do povo de Israel. De facto, antes de iniciar esta grande oração, o profeta recontou a maior manifestação do poder de Deus de todos os tempos em favor de Israel. Foi quando milagrosamente abriu o Mar Vermelho e permitiu que escapassem de Faraó e do seu exército (Is 63.12-14). Mas agora nada estava mais claro para Isaías do que isso: que Deus estava a reter o Seu povo. Enquanto contemplava o futuro, via Israel a ser derrotado, o belo templo sendo reduzido a um montão de ruínas, a maioria do povo a ser levado como escravos para Babilónia. Uma pergunta corria pela sua mente:

Onde está Deus? (v. 11). Então, quando faz esta oração, imediatamente pergunta: `onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas?´ Ele quer saber porque razão Deus não demonstrou a Sua energia e poder em favor do Seu povo, como fizera em tantas ocasiões anteriores; e por que estava a deixar Israel para resolver sozinho o problema. O povo de Deus já ouviu muitas vezes o mundo insultá-lo, dizendo: `onde está o teu Deus?´ Salmo 43.2,10; 79.10; 115.2). Mas é algo muito triste quando o povo de Deus precisa fazer esta pergunta a si próprio.

Somos felizes se podemos responder aos cépticos, mostrando indicações actuais do poder de Deus. Mas o que devemos fazer quando Deus retém de nós o Seu poder, e não podemos apontar nenhuma evidência? Para manter credibilidade no mundo, a igreja precisa ter o poder de Deus. Ela está envolvida numa grande batalha espiritual, e somente o poder de Deus a capacitará a prevalecer. Técnicas e sabedoria humanas simplesmente não são capazes de enfrentar o desafio.

Tentar fazer este tipo de obra sem o poder de Deus é como tentar quebrar enormes rochas de granito somente com as nossas mãos. O problema é que a igreja tenta subsistir com o seu próprio poder. Confia nas suas próprias habilidades. A sabedoria humana pode produzir muitas coisas, e a igreja quer passar a imagem de que isto vem da mão de Deus, mas o mundo não o aceita.

Ainda nos bombardeiam com a pergunta perturbadora: `Onde está o teu Deus?´ se ficarmos quietos, e examinarmos o nosso coração, seremos obrigados a admitir que as muitas coisas que estamos a produzir são substitutos baratos e rotos para o verdadeiro poder de Deus. Seremos compelidos a clamar a Deus: `Onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas?´ Finalmente, na abertura desta oração, Isaías fala também de...´

3. Sentir Falta do Coração Compassivo de Deus
Ele pergunta: `A ternura das tuas entranhas e das tuas misericórdias detém-se para comigo?´ A expressão `ternura das tuas entranhas´ uma expressão hebraica que significa anseio do coração, ou compaixão.

Isaías estava a fazer a pergunta inevitável. Se Deus esconde o Seu rosto, e retém o Seu poder, isto significa que Deus já não ama os seus filhos? Enquanto Isaías começa a ponderar a questão, imediatamente percebe que Deus ainda é o seu Pai. Abraão e Jacob, os patriarcas segundo a carne, poderiam não querer reconhecer como filhos este povo que estava aí, tamanho era o seu pecado, mas o nome de Deus é eterno. Por outras palavras, Ele é coerente com a sua natureza.

Por causa do seu carácter imutável, Isaías sabia que Deus perdoaria a Israel pelos seus pecados, se houvesse arrependimento. Esta certeza é que incentivava Isaías a fazer a sua oração. Mas há uma verdade maior aqui que não podemos ignorar. Deus pode nunca deixar de nos amar quando entramos em pecado, mas de facto retém suas expressões de amor, e assim nos faz imaginar que nunca seremos amados de novo.

Podemos argumentar e convencer-nos que Deus ainda nos ama, o que é uma conclusão verdadeira e boa, mas nunca substituirá as manifestações palpáveis do amor de Deus em si. Quanto melhor seria não ter de nos convencer que Deus nos ama, e ter na nossa experiência diária as abundantes manifestações do seu amor! Estas palavras iniciais da oração de Isaías lembram-nos de como as nossas vidas deveriam ser. Deveríamos estar conscientes do sorriso de Deus, deveríamos ver o poder de Deus, e deveríamos poder nos deleitar no amor de Deus. Nada é melhor do que viver assim.

E deveríamos reconhecer novamente como é terrível perder essas coisas. Muitos terão de admitir que as perdemos, que estamos vivendo muito abaixo do lugar onde deveríamos estar. Se este é realmente o caso, paremos e pensemos na grandeza das coisas que estamos a perder, e agora mesmo comecemos a clamar: `Desce, Senhor! Estamos com saudades!´

José Carlos Costa